Um americano em Paris

Enfim, não é Paris, mas é quase. A AUTOMAGAZINE está em Lyon, França, não para acompanhar a selecção nacional de Rugby (infelizmente), mas para conhecer o primeiro Chevrolet criado nos Estados Unidos e lançado na Europa.

Trata-se do HHR. O estilo, muito a la Al Capone (no que a carroçaria em laranja-fogo não lhe faz inteira justiça, ao contrário do negro metalizado), é tipicamente yankee, a lembrar o que a Chrysler fez, a seu tempo, com o PT Cruiser, o qual, de resto, acaba por ser um dos grandes rivais do HHR na sua chegada ao mercado europeu.


Depois dos primeiros 95 quilómetros ao volante, fica a sensação de que o maior rival do HHR no mercado europeu será ele próprio: os padrões de qualidade interior não são geniais e, ainda que exista espaço em fartura, faltam detalhes práticos, falta uma decoração mais alegre e original, no fundo, falta muito do que os construtores europeus (e os asiáticos, também) já conseguem fazer num monovolume de dimensões médias. Este estilo jovial, que não deixa de ser original e capaz de conquistar os que procuram o direito à diferença, acaba por mostrar um pouco aquilo que deverá ser o futuro dos segmentos C e D: fusões e mais fusões de conceitos, familiares com «alma» de desportivo e «cara» de SUV ou vice-versa, enfim, crossovers para todos os gostos.

O HHR tem um desempenho dinâmico tipicamente americano: macio para ser confortável em calmos passeios por auto-estrada, não contem com ele para tempos rápidos em troços sinuosos e condução desportiva. Parece um pouco perdido nesta chegada à Europa, mas é preciso ver que é o primeiro modelo que vem «de lá para cá», em vez de ser uma herança antiga do espólio que a Chevrolet entretanto comprou. Desafio difícil, o do HHR, especialmente quando tenta entrar pela porta grande munido apenas de um motor 2.4 a gasolina.