31.8.07

Audi A4: mais tecnológico

Sem romper decididamente com a imagem tradicional do A4, a Audi não deixou de criar uma nova geração mais sofisticada. O desenho, a partir do qual se captam algumas semelhanças com a linha recente criada com o A5, abre a porta para uma série de novidades técnicas, parte delas com base no que foi concebido para o novo coupé A5, com o qual, de resto, o novo A4 partilha algumas soluções.

Sabendo-se que só terá motores com injecção directa, fica a saber-se também que o novo A4 trará algumas novidades interessantes. A Audi pretende criar com a sua berlina mais representativa uma tradição muito ligada à experiência de condução, daí que o A4 apareça com um comando «Audi Drive Select», um selector de afinações de suspensão, acelerador e direcção (entre outros) que serve para, consoante a disposição do condutor para explorar as aptidões do automóvel, o deixar predisposto entre o conforto e o aprumo dinâmico, ou seja, entre parâmetros que variam de um estado de espírito mais descontraído para um objectivo de condução mais desportiva.

Há mais detalhes novos, como a direcção activa que varia automaticamente a desmultiplicação para adaptar às condições em que se guia, sistema de secagem dos travões, iluminação adaptativa com faróis bi-xénon, arranque sem chave com memória de regulações, alertas de presença de obstáculos em ângulo morto e desvio de trajectória, cruise control com desaceleração automática em caso de obstáculo e três tipos de bancos, que vão do mais simples ao desportivo, passando pelo «Confort», que tem a particularidade de ser ventilado, algo que até aqui não havia nem no A6 nem em praticamente nenhum automóvel deste segmento.

O novo Audi A4 estará à venda a partir do mês de Dezembro. Sabe-se que vai ter uma carrinha, mas desconhece-se ainda a partir de quando.

28.8.07

Jaguar XF rompe com a tradição

A Jaguar vai substituir o S-Type no início de 2008. O novo modelo chama-se XF, uma berlina de quatro portas com motor dianteiro longitudinal e tracção traseira. Distingue-se radicalmente de todos os outros Jaguar pelo estilo da carroçaria (muito mais «Aston» e na linha dos últimos XK, ainda que com uma dianteira controversa, tudo em resultado da inspiração trazida pelo protótipo C-XF), mas também é maior e mais pesado que concorrentes como o Audi A6 ou o BMW Série 5.

Mede 4,961 metros, mais do que um S-Type e menos 129 mm que um XJ. No interior, a marca procurou manter a simplicidade clássica da Jaguar, com mais superfícies limpas e comandos tácteis do que botões profusamente espalhados, com o detalhe dos ventiladores se manterem fechados até ao momento de entrarem em funcionamento.

No campo da electrónica, o XF terá um avisador de presença de obstáculo no ângulo morto (por radar e não por câmara), cruise control adaptativo, ajuda ao estacionamento com câmaras e limtador de velocidade, mas não terá iluminação adaptativa nem avisador de mudança involuntária de faixa.

O Jaguar XF irá chegar aos principais mercados europeus equipado com três motores a gasolina e um Diesel, todos eles já conhecidos de outros modelos da marca do felino e todos eles com caixa automática de seis velocidades. Compreende-se o esforço que foi feito no sentido de romper um pouco com o conservadorismo das tradições de estilo da marca. Mas será que esta adaptação trará o sucesso pretendido?

27.8.07

Aston Martin DBS, uma estrela em Frankfurt

A Aston Martin prepara-se para lançar, no início de 2008, um DB9 com um cunho (ainda) mais desportivo. No fundo, o DBS baseia-se no DB9, mas tem apenas dois lugares (abdica dos dois pequenos assentos traseiros), ainda que mantenha, na generalidade, as dimensões exteriores do modelo que lhe dá origem.

Mas a diferença mais significativa, por conseguinte aquela que confirma a ambição mais desportiva do DBS, é o facto de estar equipado com uma variante dos motores usados na competição, um V12 atmosférico montado antes do eixo dianteiro, um 5,9 litros que leva este Aston até aos 517 cv. Um DB9 «normal» tem 456 cv, um Vanquish tem 528 cv.

O DBS será, por certo, uma das estrelas a observar de perto durante o salão de Frankfurt. A AUTOMAGAZINE vai lá estar e conta-lhe tudo na próxima edição.

23.8.07

Novo Laguna está pronto e tem este aspecto

O novo Renault Laguna está pronto e as primeiras imagens estão aqui. Em breve, a AUTOMAGAZINE irá conhecê-lo «pessoalmente» e, na sua edição em papel, terá muito mais para contar sobre um modelo que ocupa uma posição de base importante para a carreira da Renault nos próximos quatro anos. Mas antes de haver impressões dinâmicas, por enquanto ficam aqui as primeiras impressões... estilísticas.



À primeira vista, custa a acreditar que a marca do losango tenha feito um grande esforço para se aproximar das referências alemãs, porque, a avaliar pelo design, mais parece que a Renault tentou tornar o Laguna mais igual aos seus principais rivais franceses do que propriamente precavê-lo da ofensiva germânica.










Mas pode, perfeitamente, dar-se o caso do Laguna ter outros argumentos «escondidos», a nível do espaço, da funcionalidade, da dinâmica e da segurança - capítulo em que, de resto, tem uma grande responsabilidade a defender.

Sabe-se que é um modelo totalmente novo e não uma «evolução» do anterior, sabe-se também que, a partir de Novembro, estará à venda na Europa. Para a carreira do Laguna em Portugal há uma excelente notícia: vai estar à venda com o 1.5 dCi em versão de 110 cavalos. Terá também três anos de garantia ou 150 mil quilómetros.

Para além disso, terá outro quatro cilindros Diesel (o 2.0 dCi) em versões de 130, 150 e 175 cv. Os motores a gasolina serão um 2.0 atmosférico com 140 cv e um 2.0 turbo com 170 cv, sabendo-se que alguns mercados (como, provavelmente, o nosso) poderão ter também um 1.6 atmosférico.

21.8.07

A arte de derrapar

Em 1907 Brooklands tornou-se o primeiro complexo construído especificamente para a prática do desporto automóvel. Hoje, passados cem anos, foi o investimento da Mercedes-Benz UK que permitiu salvar este valioso património das garras da especulação imobiliária.
Inaugurado em 26 de Outubro de 2006, o Mercedes-Benz World possui vários motivos de interesse, quer para visitantes particulares quer para empresas, estando disponíveis uma série de programas e actividades.



Entres estes, sem dúvida a mais cativante está na possibilidade de descobrir as capacidades da actual gama Mercedes, com as versões AMG incluídas, num complexo de pistas desenhado para recriar as situações do dia a dia, sem esquecer uma pista todo o terreno e um enorme círculo de aderência.



De facto, um dos pontos altos da nossa experiência foram os divertidos minutos passados no círculo de aderência a tentar manter o Mercedes CLK 63 AMG numa derrapagem controlada interminável. Que gozo… brooaamm, brooaaammm, broam, brooaamm




Texto de Pedro Silva
Fotos de Gonçalo Martins


Brooklands Museum, visita obrigatória

Brooklands é um verdadeiro templo à velocidade, à coragem e ao engenho criativo do homem. A um par de minutos a pé encontramos as portas de acesso ao Brooklands Museum. Entre 1907 e 1939 o circuito exterior, com as suas rectas de mais de trinta metros de largura ligadas por duas curvas inclinadas com mais de 10 metros de diferença de altura entre a zona mais baixa e a mais alta (uma inclinação de 3:1), nas quais é difícil permanecer de pé, foi palco de algumas das proezas automobilísticas mais relevantes dos primeiros 30 anos do século passado. O poderoso Napier Railton, detentor do recorde de velocidade da pista, é a sua jóia da coroa. Mas a dimensão de Brooklands não se esgota nos automóveis. Também foi o berço da aviação em inglesa, onde foram produzidos aviões como o Camel, o Hurricane, o Hunter e até o Concorde. Tudo isto, e muito mais, pode ser visto no museu. Por fim, não deixe de visitar este endereço.

16.8.07

O super-teste de velocidade

O que fazer com desportivos que superam os 300 km/h? Acelerar a fundo, pois claro! E a pista de Nardo, com o seu anel de velocidade de 12,5 km, era o palco ideal para o fazer.

O artigo em destaque na edição 184 da AUTOMAGAZINE está aqui documentado num formato multimédia. Vale a pena ver... e vale a pena ler!

7.8.07

MTM Bimoto bate recorde de velocidade



A Continental anuncia que o MTM Bimoto quebrou um recorde de velocidade na pista alemã de Papenburg, ao atingir uma velocidade de 393,62km/h.

Produzido pelo tuner MTM, o Bimoto "parece" um convencional TT, mas tem a particularidade de ter 2 (dois!) motores (daí o nome...) 1.8T, um no eixo da frente e um no eixo de trás, perfazendo um total de 740cv. Há várias notícias sobre o carro espalhadas pela blogosfera e videos demonstrativos aqui e aqui.

Este recorde foi obtido na fase de testes para uma visita ao anel de velocidade de Nardo, o que indicia que este assunto terá desenvolvimentos nos próximos capítulos...

VW abandona Bluetec

Uma colaboração duradoura entre a Mercedes e a VW é tão natural como a cooperação sadia entre um leão e uma gazela...

Sem surpresa, a VW anunciou o rompimento da associação com a Mercedes para o desenvolvimento do sistema Bluetec e optou pela sigla TDI para os Diesel que vai comercializar nos Estados Unidos, noticia a Auto Motor und Sport, citando o jornal económico alemão Wirtschaftswoche.
(via Autoblog)

Mini Clubman: a grande incógnita

O Mini Clubman é um objecto suficientemente estranho para causar alguma perplexidade.

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É verdade que a ideia de uma pequena "carrinha" derivada do Mini tem tradições históricas. Mas não é menos verdade que o Mini é hoje algo de bem diferente do que era no passado. Com uma "socialização" distinta e portanto com expectativas diversas por parte dos potenciais clientes. Não sei até que ponto é que uma "carrinha" encaixa nessa "socialização", mas não deixa de ser um acto de coragem lançá-la, mais a mais com detalhes tão pouco comuns como a porta lateral de abertura assimétrica e o portão traseiro de abertura dupla.
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Um assunto a acompanhar com interesse...

5.8.07

Zangaram-se as comadres

Diz Lewis Hamilton que Fernando Alonso deixou de lhe falar assim que soube que a FIA lhe iria retirar a pole-position para o Grande Prémio da Hungria, porque o espanhol atrasou deliberadamente o companheiro de equipa, impedindo-o de fazer uma última volta lançada - que lhe daria claramente a pole.

Por ele tudo bem, diz o britânico: «eu estou aqui para fazer o meu trabalho. Pensei que a equipa se poderia deixar afectar por esta situação, mas toda a gente me apoiou e incentivou antes da corrida, com excepção de uma pessoa».

Temos de regresso a «guerra» Ayrton Senna/Alain Prost? Ou será simplesmente uma «birra» de Alonso, que lhe passará quando voltar a ganhar uma corrida? Ou será que é a derradeira prova de que o espanhol, tão motivado que estava para correr este ano pela McLaren-Mercedes, já se fartou e vai voltar à Renault no próximo ano?

3.8.07

Pela boca morre o peixe

Diz que os espanhóis são mais agressivos nisto da comunicação. As campanhas de segurança rodoviária promovidas pela Dirección General de Tráfico costumam provar isso mesmo; não há cá meias medidas e a mensagem é muito clara: se não tiveres cuidado, morres. Este cartaz que anda agora a circular pela Internet adopta o mesmo tipo de linguagem directa, mas, ao que parece, a brincadeira serve para criticar uma das medidas da DGT. Só para vos situar, a frase “no podemos conducir por ti” é o lema de todas as campanhas de segurança rodovária da Dirección General de Tráfico, costumando encerrar todas as mensagens, seja em cartazes, na rádio ou na televisão.




«O nosso deus está de volta!»

Os domingos à tarde em Espanha não costumam ser muito animados. Na maior parte dos domingos os espanhóis costumam estar a dormir a sesta, mas neste domingo especial mais de metade dos nuestros hermanos estava agarrada à televisão. Porquê? Porque Fernando Alonso estava dentro de um carro de Fórmula 1.

Em 2003 os espanhóis descobriram a Fórmula 1, o segundo desporto mais visto em todo o mundo. Graças às proezas do asturiano, a Espanha é o segundo país do mundo com maior audiência nos Grandes Prémios, com uma média superior a 55% de telespectadores ligados à Telecinco (cadeia de TV que, sabiamente, comprou os direitos em 2003) e uns 9 ou 10% ligados à transmissão em formato totalmente digital e comentários em catalão.

Do catalão, lamento, entendo muito pouco, logo ali a seguir ao quase nada. Por isso, resolvi assistir às transmissões onde se falava castelhano. E desde os treinos de qualificação que há uma palavra que se ouve (muito) mais vezes do que as outras: «Alonso».

Gonzalo Serrano e Victor Seara são os comentadores de serviço, Antonio Lobato é o coordenador e editor e, durante a corrida, um convidado muito especial - Pedro Martinez de La Rosa, espanhol, piloto de testes da McLaren-Mercedes, uma presença genial que ajudou a explicar detalhes como a temperatura que um pneu intermédio deve ter como limite no eixo da frente, a velocidade a que o Safety Car deve andar para prevenir que os F1 sobreaqueçam, como agir quando dois carros da mesma equipa precisam montar pneus de chuva com urgência e como normalmente reage Fernando Alonso quando tem que forçar o ritmo para apanhar o líder da corrida. * Chapeau, 'señor' De La Rosa. Já tinha ficado com boa impressão sua quando o entrevistei, em Janeiro, agora confirmo que é realmente uma figura exepcional.

No meio do caos que foram as primeiras voltas do Grande Prémio da Europa, Pedro De La Rosa brilhou, ao manter uma calma extraordinária, ao evitar a histeria com que os dois comentadores residentes se atropelavam e o único a ter sido capaz de explicar por que razão Lewis Hamilton foi recolocado em pista pela grua dos comissários: «hombre!, o que os regulamentos dizem é que, se o carro estiver a trabalhar, podes voltar à pista. Não especifica se podes ou não ser ajudado por um elemento mecânico, nem em que circunstâncias. Normalmente o problema é que não conseguimos convencer nenhum comissário a empurrar-nos de volta para a pista e os comissários são aconselhados a evitá-lo, se for num local perigoso». O que aconteceu no Nürbürgring, na visão lúcida de De La Rosa, «foi que alguém disse pelo rádio ao Lewis [Hamilton] para se deixar estar dentro do carro porque se calhar alguém o iria tirar dali. Espanta-me que o tenham tirado para a pista e não para a via de serviço da escapatória, mas, hombre!, se o tiraram, tiraram». Pergunta do comentador residente: «e não é perigoso ficar dentro do carro numa escapatória?». Resposta sincera de De La Rosa: «hombre!, se fosse eu, com tantos carros a voarem para a escapatória em todas as direcções, ficava agachadinho dentro do carro à espera que passasse a 'borrasca'. Mas também não entendo como é que permitiram que a grua se pusesse a manobrar com a corrida em andamento».

Não há como ter um comentador que, realmente, sabe o que se está a passar ali dentro. E nisso, obviamente, também tiro o chapéu ao Tiago Monteiro porque ajuda a tornar as transmissões da Sport TV mais interessantes com tudo aquilo que aprendeu nos últimos anos. Quando a corrida «acalmou» e se tornou monótona, voltou aquilo que presumo ser a normalidade nas transmissões da Telecinco: Alonso para a frente e para trás, o que Alonso fez agora, o que vai fazer a seguir e, neste caso específico, o que Alonso tem a ganhar nesta corrida uma vez que Hamilton tem uma volta de atraso. Curiosamente, nem uma única vez tocaram no assunto do caso de espionagem que envolvia a McLaren...

Lá para o final da corrida, quando recomeçou a pingar, os comentadores acordaram: «Alonso está a recuperar! Alonso está a recuperar!». * Emoção. Sim, eu sei, são espanhóis entusiasmados com um piloto espanhol, mas é tão mais interessante assistir a uma corrida comentada com emoção...

Deu-se, então, o momento alto da corrida: claramente mais rápido que Felipe Massa, o bi-campeão do mundo resolveu passar por fora e, depois de ambos os carros se tocarem, consumou a ultrapassagem, já pista estava encharcada. Seguiram-se cinco minutos em que nenhum dos comentadores ousou interromper o discurso emocionado de Gonzalo Serrano * que, em certa medida, fez lembrar o comentador argentino que chorou em directo quando viu Diego Maradona fintar meia-Inglaterra para marcar um dos golos mais memoráveis da História durante México'86 e lhe perguntou, retoricamente, «de que planeta vens tu?»...

«Ele está de volta! O nosso deus está de volta! Ah, Fernando! Que bela resposta deste tu a todos os que te criticaram! Como és magnífico! Como é bom ter-te de volta! Como é possível que alguém tenha posto em causa o teu talento! És grande e acabaste de mostrar como és grande! Este é o nosso Fernando Alonso, aquele que duvidavam que ainda era capaz de fazer ultrapassagens como esta, mas que no fundo nós sempre soubémos que ele sempre aqui esteve»... Isto e mais umas quantas frases de que não me lembro, numa ode inspirada, se calhar despropositada, mas suficientemente emocionada para nos fazer querer ser fã de Alonso por cinco minutos.

Contava-me um colega espanhol, há uns meses, que, quando era miúdo, Fernando Alonso gostava de fazer corridas de kart 'a feijões' com os amigos, porque ganhava sempre. Num dia de chuva, em frente a todos os amigos, o seu pai desafiou-o a fazer um duelo em pista para lhe dar uma lição: sobre o asfalto molhado, o jovem Fernando levou um grande 'baile' do sénior Jose Luis e, humilhado, esteve duas semanas sem falar ao pai. Desse dia em diante, sempre que caíam umas gotas, Fernando pegava no kart e ia para pista com pneus de piso seco, para garantir que aprendia a andar depressa. Depois de saber isto e, sobretudo, depois de ter visto o que vi no Nürbürgring, percebo por que razão ele triunfa quando o caos reina num Grande Prémio à chuva.

Nesse dia, nas esplanadas dos cafés, muitas vezes se ouviu: «y Fernando, has visto? Qué carrerón!», entre discussões sobre o génio do asturiano e o mau feitio de Felipe Massa, quando disse antes de subir ao pódio «como podes dizer que eu fiz de propósito para bater?! Ganhas e dizes uma coisa dessas? Olha, vai cagar! Vais ver se não aprendes da próxima vez».

Os espanhóis estão rendidos à F1 e apenas lamentam que o seu ídolo não seja mais simpático. Em popularidade, dizem que é maior do que Dani Pedrosa, o novo talento no Motociclismo, mas se tivessem que escolher, escolhem o piloto das duas rodas. Por ser menos anti-herói.

Porsche Cayene híbrido

É curioso que o Porsche Cayenne híbrido recentemente anunciado pela marca alemã, previsto para 2010, com um motor eléctrico montado em paralelo ao V6 e um consumo médio de 9,9 litros (face aos 12,9 do V6), seja tantas vezes apresentado como uma conquista da Porsche. Um feito. Algo que demonstra a competência técnica da marca. Isso nem sempre é explícito, mas está muitas vezes implícito no que se escreve sobre o Cayenne híbrido.

E é curioso que seja assim porque na verdade não é nada disso. O Porsche Cayenne híbrido não é uma escolha da Porsche; é um imperativo. A Porsche não faz o Cayenne híbrido porque quer, faz porque tem que fazer. Isso não é claramente assumido nos discursos oficiais nem transparece nas notícias que se publicam sobre o tema. Mas essa é que é a verdade. Aliás, este é um problema não só para a Porsche como para todas as marcas de automóveis desportivos, que sempre dependeram da gasolina e não desenvolveram atempadamente tecnologias alternativas mais eficientes do ponto de vista energético e ecológico.

Como é que os fabricantes de carros desportivos vão lidar com o futuro? Essa, sim, é uma discussão interessante...