Assim como quem não quer a coisa, na recente apresentação do Insignia, perguntei ao director de produto da GM, o que é que faz um tipo americano a desenvolver um carro europeu. Suponho que entre questões sobre porcas de ¾ de polegada e o sempre actual tópico “prefere sobrealimentação em paralelo ou em série?”, ele não estava propriamente à espera desta. Riu-se, e disse que eu devia colocar essa questão ao Bob Lutz, mas, está agradecido pelos quatro anos e meio de vida “frankfurtesca”, que têm sido uma óptima experiência, e, de certa forma, um abrir de olhos ao mundo dos Diesel. Mas, eis que surge o volte-face: “…but, would I buy one back in the US? Well… no.”
Calma, isto tem explicação. Ao que parece, lá pelas terras do tio Sam o gasóleo custa, em média, um dólar a mais que a gasolina. E porquê, perguntam vocês: afinal, é dos EUA e sus muchachos, que surge uma boa maquia de petróleo. Fiquei intrigado, claro, e depois de um google-it “why is diesel more expensive in us”, vejo a minha questão respondida em poucos segundos: o Diesel não é caro. A gasolina, essa, é que é barata.
Confuso? Nem por isso. Até há poucos anos, falo de dois ou três, no máximo, o Diesel era mais barato que a gasolina nos EUA. Acontece que, ao aumento do preço da gasolina que vimos acontecer há coisa de um ano e meio atrás, os americanos responderam da forma mais lógica: deixaram de usar o carro (obviamente com motor a gasolina, what else!) com tanta frequência. Incidentalmente, a procura por este bem cada vez mais precioso veio a diminuir, contrastando com a parca, mas constante, procura pelo Diesel. Ora ditam as regras do mercado que o preço de um bem varia de acordo com a oferta e a procura. O resultado? Bem, é fácil: nos EUA o Diesel continuou a aumentar, e a gasolina desceu.
E qual foi a resposta do director de produto da GM, afinal? “I think i’ll go for a mild hybrid.”. Um tipo sensato, este Jim.
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Pedro Mosca, AutoHoje