GM anuncia falência e vende Opel à Magna
E pronto! O Gigante caiu. Aquilo que seria impensável há alguns anos atrás está prestes a confirmar-se oficialmente numa conferência de imprensa agendada para esta manhã: a General Motors vai decretar falência e assumir um programa de recuperação estatal para preservar os interesses dos credores.
Recordo conversas há bem pouco tempo - não mais de dois ou três anos - em que ninguém acreditava que isto pudesse acontecer, por causa da importância económica, social e simbólica da General Motors.
O facto de ter acontecido prova que o mercado automóvel mundial mudou profundamente. Mas, ainda mais do que isso (engana-se quem achar que é apenas isso...), demonstra que o mundo económico mudou profundamente. É que a GM não era apenas um gigante automóvel. Era um gigante, ponto final. A crise justifica a falência da GM, mas não a explica totalmente. A crise - como todas as intempéries - elimina os mais fracos. De certa forma "limpa" o tecido económico. O facto de a GM ter sido uma das suas vítimas não é surpresa. Como não é surpresa que entre os novos investidores da Opel - o seu braço europeu - esteja um quase incógnito banco russo...
A Opel - que é aquilo que mais nos interessa - fica a 35 por cento na posse do banco Sberbank, a 35 por cento nas mãos da GM e a 20 por cento na posse da Magna, uma empresa de componentes de cujo braço europeu - a MagnaSteyr - já conhecemos de algumas produções pontuais. Isto, claro, com importantes injecções de capital do governo alemão para tentar preservar as fábricas.
Este acontecimento da maior relevência na indústria automóvel é de certeza o fim de alguma coisa. Resta saber se será - se poderá ser - o início de algo. De momento dúvido seriamente que a Magna, associada a um obscuro banco russo, seja capaz de mostrar o que é que a indústria automóvel TEM QUE SER no novo século. Seria inédito...