13.4.07

Bruno Senna: sobrinho de peixe?

Viviane Senna, irmã de Ayrton Senna da Silva, tem um filho chamado Bruno - Bruno Senna Lalli, é o seu nome.

Conviveu pouco com o tio: Ayrton morreu quando ele ainda não tinha 11 anos e as memórias que tem do seu ídolo são de vê-lo pela televisão, porque o tri-campeão passava a vida a viajar pelo mundo e sobrava-lhe pouco tempo para estar com a família, em São Paulo. Depois, como se sabe, Bruno ficou sem ele antes do tempo.

Bruno admirou o tio por tudo o que conquistou, mas também por tudo o que representava para si como homem, como role-model, como inspiração. Evidentemente que o nome de família pesou bastante no início da sua carreira, mas Bruno teve que conquistar tudo a pulso e a sua carreira no Karting nem foi nada de extraordinária.

Em 2004, sem nunca ter disputado uma corrida de automóveis na vida, Bruno Senna teve a coragem de pegar no Lotus-Renault 98T Turbo com que o tio correu no passado, com o objectivo de fazer algumas voltas de exibição no circuito de Imola. Um simbolismo tremendo: assinalava-se a passagem dos 10 anos sobre a morte de Ayrton, ali mesmo, na maldita Tamburello. Havia muita curiosidade e muitos pares de olhos importantes a assistir. Um deles pertencia a Trevor Carlin - um homem que tem equipas de competição no Reino Unido e que já ajudou, por exemplo, Tiago Monteiro a chegar à Fórmula 1 - que rapidamente arranjou maneira de inscrever o jovem Bruno na Fórmula BMW. Após cinco corridas, Bruno Senna saltou para a Fórmula 3, correu na Grã-Bretanha e na Austrália e ganhou cinco corridas.

Agora, com carreira profissional gerida pela irmã Bianca e aconselhada por Gerhard Berger, Bruno sonha chegar à Fórmula 1 em 2009. Para já, vai começar a correr no escalão de acesso - a GP2, com primeiras duas corridas no Bahrain. Quem quiser vê-lo pela televisão só vai poder vê-lo pelo Eurosport. Corre pela Arden International, uma equipa que não se deu particularmente bem nos testes de pré-temporada. No dia em que vai fazer a primeira corrida, completa 24 anos.

Em 1993, quando estava de saída da McLaren, Ayrton Senna disse: «se vocês acham que eu sou bom, esperem só até ver o meu sobrinho Bruno». Dito por quem disse, é coisa para levar a sério e guardar na memória, que é o que ando a fazer há anos e anos, à espera da oportunidade certa que, finalmente, aparece a partir de hoje.